Estamos com os Guajajara e, junto com eles, vamos seguir resistindo!
A ausência do Estado na proteção das Terras Indígenas no Maranhão e o aumento das invasões destes territórios por madeireiros resultou em tragédia na última sexta-feira, 1 de novembro. Paulo Paulino Guajajara foi assassinado a tiros em uma emboscada de madeireiros na região da Lagoa Comprida, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão. Laércio Guajajara, que estava junto com Paulo, conseguiu escapar com ferimentos graves.
O guardião da floresta, Paulo Paulino Guajajara, morto à tiros dentro de seu próprio território | Mídia Índia
Paulino era uns dos Guardiões da Floresta, grupo de indígenas Guajajara que atua de forma organizada protegendo seu território de invasões e atividades econômicas ilegais, principalmente extração de madeira. Sua luta era pela floresta, para defender seu território e garantir a sobrevivência dos Guajajara, e também dos Awá Guajá – grupo isolado e extremamente vulnerável, que compartilham o mesmo território.
Há tempos, Laércio, Paulino e outros guardiões recebiam ameaças. A negligência do governo com os direitos dos povos indígenas e a proteção do meio ambiente, aumenta ainda mais o risco dos guardiões, que defendem seu território com as próprias vidas, por conta da ausência das forças do Estado para o cumprimento da lei. [Saiba mais aqui]
As invasões de madeireiros na Araribóia vem se agravando muito este ano. O ISA tem produzido boletins mensais de monitoramento de alertas de desmatamento e abertura de estradas clandestinas, os chamados “ramais”. Esse material tem ajudado os guardiões a proteger o território. e também foi compartilhado com autoridades responsáveis. Os índios têm denunciado as invasões na imprensa e às autoridades intensamente, mas pouco foi feito.
Não podemos permitir que mais sangue seja derramado. É imprescindível que o crime seja investigado, e que os órgãos responsáveis atuem para acabar com essas invasões dentro da Terra Indígena Araribóia. Estamos com os Guajajara e, junto com eles, vamos seguir resistindo.
O ciclo de violência contra os indígenas precisa ser interrompido. Isso só acontecerá se estivermos unidos, ao lado deles. Junte-se ao ISA, pelo fortalecimento do desenvolvimento de um Brasil em que indígenas fiquem vivos e a floresta fique em pé.